Chore menos diante de Deus e se compadeça mais diante dos seus irmãos!
A igreja tem muitos dogmas que estão além das Sagradas Escrituras, costumes que são mais conservadores do que os 613 mandamentos de Deus entregues ao povo de Israel enquanto peregrinavam pelo deserto. O cerimonial que acontecia nos tempos antigos, quando o templo do Senhor ainda era feito de paredes tem persistido até hoje, mesmo com a consciência de que o templo de Deus somos nós.
A revelação trazida por Jesus que significou enfaticamente os rituais judaicos se perde no meio de tantos costumes. E qual o problema disso? Em meio a tantas cerimônias, regras, liturgias e formas, não sobra espaço para a relação.
Hoje os nossos cultos são inteiramente contemplativos e não significativos. Saímos dos encontros pasmos, mas não transformados, perplexos, mas nunca prontos.
Nós conseguimos nos reunir para orar pelo nosso bairro, mas não temos coragem de fazer nada por ele. Nós conseguimos fazer uma campanha de 7 semanas por uma família em necessidade, mas não conseguimos colocar a mão no bolso para ajudá-los. Nós conseguimos construir templos milionários, fazer eventos majestosos, mobilizar massas, mas não conseguimos alcançar nossos vizinhos com o mesmo amor com que Cristo nos amou.
A liturgia devocional produz um ajuntamento pela unicidade dos objetivos (ainda que escusos), enquanto a liturgia relacional produz encontros de amor, respeito e solidariedade.
Conseguimos reunir num mesmo lugar centenas de pessoas atentas a Deus, mas sem perceber um ao outro. Esse encontro de motivos particulares e ambições assombrosas não é um culto ao Deus vivo, é apenas uma reunião onde todos tem um interesse em comum.
A liturgia relacional promove entre nós um verdadeiro encontro, onde ao invés de termos interesses em comum, temos interesse naquilo que é comum, no que é para todos e por isso abençoa a todos.
O Apóstolo Tiago disse que “a fé sem obras é morte”, e ele tem toda razão. O culto é um encontro em nome de Deus que nos leva sempre a olhar para o lado, para percebermos as pessoas e agirmos.
Se o seu culto é apenas contemplativo, se não te faz levantar da cadeira e agir, algo está errado.